Prolongar a amamentação pode favorecer anemia em crianças
Deficiência de ferro aumenta 5% por cada mês adicional de aleitamento
Os resultados mostraram que a probabilidade de apresentar deficiência de ferro aumentava em 5% por cada mês adicional de amamentação. Assim, pais de crianças amamentadas por mais de um ano devem ficar atentas aos níveis de ferro no organismo. Ele é um nutriente fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso e do cérebro da criança. Além disso, a demanda do nutriente para o crescimento também aumenta nessa fase da vida.
Nos primeiros meses de vida do bebê, o ferro é passado pelo leite materno de forma eficiente e em quantidades adequadas. Ao longo da vida da criança, entretanto, a necessidade do nutriente aumenta, sendo necessário complementar a dieta.
Alimentos que evitam a anemia
Para evitar a anemia ferropriva, o ideal não é investir apenas uma dieta rica em ferro. Outros nutrientes também estão envolvidos na carência desse mineral. Confira abaixo alguns alimentos fundamentais para evitar a doença:
Em primeiro lugar: o ferro
Esse é o nutriente mais importante quando o assunto é combater a anemia ferropriva. Isso porque a sua deficiência promove uma má formação da hemoglobina e dos glóbulos vermelhos. “Na anemia ferropriva, há redução da quantidade total de ferro corporal e, dessa forma, o fornecimento de ferro para o pleno funcionamento dos glóbulos vermelhos é insuficiente”, afirma a nutricionista Mayumi Shima.
Podemos dividir esse nutriente em dois tipos: o ferro heme – que é melhor absorvido pelo organismo -, e o não heme – absorvido em menor quantidade.
As fontes de ferro heme são carne vermelha, fígado, aves e peixes. Já os alimentos fonte de ferro não heme são verduras de folhas escuras e leguminosas.
“A deficiência dessa vitamina dificulta o transporte do ferro armazenado no fígado para o sangue, causando danos na formação dos glóbulos vermelho”, afirma a nutricionista Mayumi Shima.As principais fontes de vitamina A são alimentos alaranjados ou verde-escuros e vísceras.
Os folatos são substâncias que participam diretamente da formação do nosso DNA – nossos genes, responsáveis por construir proteínas, como a hemoglobina e a mioglobina, essenciais para a formação dos glóbulos vermelhos e para o transporte e armazenamento do sangue. Quando não ingerimos quantidades adequadas de folatos, nossa síntese do DNA, consequentemente dos glóbulos vermelhos, é danificada.Isso diminuirá a concentração de células sanguíneas, prejudicando o transporte de oxigênio e causando o que é chamado de anemia megaloblástica – ela não ocorre por deficiência de ferro, e sim pela dificuldade de transporte do oxigênio pelo sangue.
Alimentos fonte de ácido fólico: folhas verde-escuras, fígado, ovos e gérmen de trigo.
Esse nutriente atua juntamente com os folatos. De acordo com a nutricionista Mayumi Shima, a deficiência de vitamina B12 causa danos ao metabolismodo folato e o resultado é o que lemos anteriormente – a produção de glóbulos vermelhos e o transporte de oxigênio ficam prejudicados.O nutrólogo Celso Cukier também alerta que a deficiência de vitamina B12 pode deixar as células sanguíneas mais inchadas, dificultando o transporte de oxigênio e causando a anemia megaloblástica.
Pelo fato de esse nutriente ser mais amplamente encontrado em vísceras, carnes, ovos, leite e derivados, a anemia megaloblástica é muito comum em veganos e vegetarianos. Nesses casos, a suplementação é necessária.
A deficiência deste nutriente não causa diretamente uma anemia. O que avitamina C faz é auxiliar a absorção e mobilização do ferro armazenado. Um exemplo dessa ação é quando comemos alguma fonte de ferro não heme acompanhada de alimentos ricos em vitamina C. Ao fazer isso, o ferro não heme se transforma em ferro heme, aumentando a sua absorção.”Não ingerir quantidades adequadas de vitamina C causa danos no metabolismo do folato, além de promover hemólises (destruição dos glóbulos vermelhos) e hemorragias”, afirma a nutricionista Mayumi Shima.
Alimentos fonte de vitamina C: frutas e verduras em geral.
A nutricionista Mayumi Shima explica que alimentos de gosto amargo, como jiló, agrião, chicória, almeirão e alcachofra, têm o poder de estimular a secreção de enzimas digestivas. Isso facilita a absorção do ferro, do ácido fólico e das vitaminas do complexo B, contribuindo, assim, para o não aparecimento ou combate da anemia.
“A deficiência de cobre em nosso organismo vai interferir na formação da hemoglobina, o que pode levar a uma anemia”, conta o nutrólogo Celso Cukier.Já o zinco, presente em farelo de aveia, feijão, leite e arroz integrais, peito de frango ecarne vermelha, quando ingerido em excesso vai impedir a absorção do cobre, causando os mesmos efeitos da deficiência.
Fontes de cobre: ostras, lulas, siris, amendoim, nozes, amêndoas, sementes de girassol, passas, feijão, grãos-de-bico e lentilhas.
Na presença da anemia ferropriva, devemos evitar o excesso de alguns nutrientes que podem prejudicar a absorção do ferro, tais como:Cálcio: o ideal é, durante o período de anemia, evitar consumo excessivo de leite, queijo, iogurte, entre outras fontes de cálcio, na mesma refeição rica em ferro. Isso porque ingerir cerca de 300mg (a recomendação diária é de 1000mg) de cálcio acompanhado de uma fonte de ferro não heme pode diminuir a absorção deste em 50 a 60%.
Fibras, taninos e fitatos: o consumo em maior quantidade de fibras pode diminuir a absorção do ferro. Já os taninos e fitatos são compostos químicos que se combinam ao ferro, tornando-o insolúvel, impedindo sua absorção. Evite o consumo excessivo de fibras – como pães e massas integrais -, café, chá preto ou chá mate na mesma refeição rica em ferro.
Fonte: Minha Vida