Treinamento funcional para lutadores de Jiu-Jitsu
O jiu-jitsu, é conhecido como arte suave, um jogo de xadrez com duas peças de kimono. Eu afirmo que é uma das artes-marciais mais eficiente que conheço. Um tipo de luta que exige muito de seus praticantes; primeiro que é uma arte para pessoas inteligentes. Exige eficiência cognitiva(envolve atenção, raciocínio, juízo, percepção); e em segundo, exige das habilidades físicas globais, que é onde entra o treinamento específico na preparação do atleta. O treinamento mais indicado e utilizado hoje em dia com atletas de jiu-jitsu, dentre outras artes, é o treinamento funcional.
O treinamento funcional , nada mais é do que a melhoria da capacidade funcional de um atleta em sua especificidade. Representa uma abordagem diversificada de exercícios que integram muitos diferentes tipos de treinamento em um programa de desenvolvimento total do corpo humano, baseado em uma prescrição coerente de exercícios, que respeitando a individualidade biológica de cada atleta, pode trazer grandes benefícios e resultados surpreendentes em treinos e competições. O grande nome dentro deste fabuloso sistema é a PROPRIOCEPÇÃO (capacidade em reconhecer a localização espacial corporal, também conhecido como cinestesia), que define toda a evolução de um atleta na realização de um treinamento funcional orientado. O objetivo desse treinamento é potencializar as capacidades específicas de um atleta, fazendo com que ele consiga realizar os movimentos específicos da luta, com muita qualidade motora (força, resistência, equilíbrio, sensibilidade, agilidade, lateralidade, potência, amplitude articular), é o componente chave da estabilidade articular global. As adaptações que ocorrem no corpo humano são decorrentes do treino que está sendo realizado com o atleta, por isso a importância de adaptar o programa de exercício de acordo com as necessidades do mesmo, ou até readaptar, se necessário.
Através de coleta de dados, o profissional conseguirá avaliar as necessidades do atleta de acordo com o desporto em questão, assim conseguindo saber os desequilíbrios musculares, os pontos fracos a serem trabalhados, para qualificar e potencializar as necessidades globais do mesmo.
Músculos fracos e desequilibrados podem deixar o atleta mais vulnerável a lesões. A melhoria da consciência postural e da cinestesia (sensação e percepção do movimento); podem evitar esse tipo de problema com muita eficácia .
Já discutido e encontrado em muitos estudos, a fadiga muscular (exaustão) é um fator determinante de lesões em atletas; ela age no fator debilitante da consciência da propriocepção. Gera falência em nosso sistema nervoso central, assim impossibilitando o atleta de executar os movimentos articulares e musculares com eficiência e eficácia(“se a cabeça não funciona, o corpo padece”).
Os exercícios utilizados no treinamento funcional devem ser aqueles que exigem das habilidades citadas anteriormente. Nem todos os exercícios podem ser executados com todas as pessoas. Existem pessoas para determinados exercícios e exercícios para determinadas pessoas (individualidade biológica).
Deixo claro que existem vários conceitos sobre o treinamento funcional, mas, o que define esse sistema, é fazer funcionar o que tem que funcionar; direcionar os resultados, pois para atletas de alto rendimento todo tempo é de suma importância para se atingir o ápice e ser um vencedor.
Lineu Leite | CREF: 045676-G/SP
