Caminhada pode diminuir o risco de AVC em homens, diz estudo - CTE7 | Itu - Centro de Treinamento e Esportes
Nutrição

Caminhada pode diminuir o risco de AVC em homens, diz estudo

Prática traz benefícios para a faixa entre 60 e 80 anos, independente da velocidade

Os homens com mais de 60 anos podem se beneficiar da caminhada para reduzir as chances de sofrer um AVC fazendo uma caminhada diária – e não é necessário andar muito rápido. Isso é o que afirma uma pesquisa do University College London, na Inglaterra. O relatório foi publicado em 14 de novembro na edição online da revista Stroke.

A equipe coletou dados de 3.500 homens saudáveis com idades entre 60 e 80 anos, que estavam participando de um estudo sobre saúde cardíaca, envolvendo 24 cidades britânicas. Os homens foram questionados sobre o quanto eles caminhavam durante a semana. Os pesquisadores dividiram os homens em cinco grupos: aqueles que caminharam zero a três horas por semana, de quatro a sete horas por semana, de oito a 14 horas por semana, de 15 a 21 horas por semana e mais de 22 horas por semana.

Durante os 10 anos de acompanhamento do estudo, homens que caminhavam oito a 14 horas por semana reduziram o risco de AVC em cerca de um terço em relação aos homens que andavam zero a três horas por semana, segundo os pesquisadores. Para aqueles que andaram mais de 22 horas por semana, o risco de acidente vascular cerebral diminuiu em cerca de dois terços. Entre todos os homens, 42% caminhou por mais de oito horas por semana e 9% andou mais de 22 horas por semana.

O benefício da caminhada foi observado independentemente de quão rápido os homens caminhavam. Segundo os autores, os efeitos protetores foram observados pelo tempo que se passou caminhando, independente da velocidade. O AVC é a principal causa de morte e incapacidade no mundo, e é importante encontrar maneiras de prevenir o problema, especialmente em pessoas mais velhas.

Embora o estudo tenha encontrado uma associação entre maior tempo de caminhada semanal e menor risco de AVC em homens, não é possível estabelecer uma relação de causa e efeito. Os cientistas afirmam que todas as formas de atividade física, incluindo caminhadas, podem promover uma maior saúde do coração e consequentemente reduzir o risco de AVC.

Saiba como evitar um derrame cerebral
O AVC é responsável pela morte de cinco milhões de pessoas no mundo a cada ano, de acordo com a OMS. No Brasil, a doença mata mais que o infarto: são mais de 100 mil pessoas por ano, segundo o Ministério da Saúde. Outro dado alarmante é que um em cada seis brasileiros corre risco de sofrer um derrame. “Popularmente conhecido como derrame, o acidente vascular cerebral é uma alteração do fluxo de sangue no cérebro, que ocorre por falta ou extravasamento de sangue em alguma região do corpo”, explica o neurologista André Lima, do Hospital Barra D’or, especialista em prevenção dessa doença. Mas é possível se prevenir de um AVC, já que a maioria dos fatores de risco para o quadro clínico pode ser evitada. “Quanto mais idade a pessoa tiver, maiores são as chances de derrame e, por isso, os cuidados devem ser redobrados”, alerta o neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas e Santa Catarina. Conheça esses fatores e saiba como combatê-los, além de ficar atento aos sintomas.

Colesterol alto
O excesso de colesterol no sangue aumenta o espessamento e endurecimento das artérias. “Placas de colesterol e conteúdos gordurosos se depositam lentamente na artéria, fazendo com que ela se feche aos poucos e impeça a passagem de fluxo sanguíneo”, explica Maurício Hoshino. Esse processo provoca arteriosclerose – endurecimento das artérias – e prejudica a oxigenação do cérebro, aumentando o risco de AVC.

Sedentarismo e obesidade - Foto: Getty Images

Sedentarismo e obesidade

A prática de exercícios físicos é fundamental para controlar praticamente todos os fatores de risco de AVC. Por outro lado, a falta desse hábito e a obesidade só aumentam as chances. “Pressão alta, colesterol elevado, diabetes e doenças cardíacas são complicações decorrentes do excesso de peso e precisam ser prevenidas e controladas com bons hábitos, o que inclui atividade física regular”, alerta Maurício Hoshino.

Má alimentação - Foto: Getty ImagesMá alimentação
Uma vez que diabetes, colesterol, obesidade e hipertensão aumentam as chances de AVC, todos os cuidados para controlar essas doenças servem de prevenção – e a alimentação ganha destaque. Fazer uma dieta balanceada, moderar o consumo de sódio (para pressão alta), evitar alimentos ricos em colesterol e gorduras saturadas (frituras), controlar o consumo de açúcar (para diabetes) são alguns dos hábitos que devem fazer parte da rotina. 

Pressão alta - Foto: Getty ImagesPressão alta 
A pressão alta ocupa o topo do ranking de maiores causas de acidente vascular cerebral. O neurologista André Lima explica que as paredes internas das artérias sofrem traumas por causa do fluxo do sangue mais forte. “Esses traumas formam pequenos ferimentos nas paredes, que podem obstruir a passagem do sangue (AVC isquêmico) ou romper a parede da artéria (AVC hemorrágico)”, explica. É possível, entretanto, controlar a hipertensão com medicação e hábitos saudáveis, como reduzir o consumo de sal da alimentação e praticar exercícios.

Diabetes - Foto: Getty Images

Excesso de açúcar no sangue

O excesso de glicose no sangue – característica do diabetes – aumenta a coagulação do sangue e o deixa mais viscoso. “Isso diminui o fluxo de sangue das artérias e pode levar a um AVC”, conta André Lima. Além disso, é comum que pessoas com diabetes também apresentem sobrepeso, colesterol alto e pressão alta – todos fatores de risco de derrame cerebral. Mas vale lembrar que esses problemas – inclusive diabetes – podem ser controlados com tratamento médico regular e hábitos de vida saudáveis.

Tabagismo - Foto: Getty ImagesTabagismo 
Substâncias do cigarro fazem com que a coagulação do sangue aumente. Com isso, o sangue fica mais grosso e fluxo nas artérias, por sua vez, fica prejudicado, aumentando as chances de um derrame. “Pessoas que fumam e usam contraceptivos orais têm riscos maiores ainda, pois os hormônios dos anticoncepcionais também interferem na coagulação sanguínea”, explica André Lima.

Doenças do coração - Foto: Getty ImagesDoenças do coração
De acordo com o neurologista André Lima, arritmias cardíacas podem formar pequenos coágulos dentro das artérias e veias do coração. “Esses coágulos podem ser enviados às artérias cerebrais, provocando um AVC isquêmico”, explica.

O neurologista Maurício Hoshino, do Hospital das Clínicas, de São Paulo, também lembra que há uma série de problemas do coração que podem atrapalhar o fluxo sanguíneo e aumentar as chances de derrame. “Um deles é o Forame Oval Patente (FOP), uma má formação do coração que atinge 15% da população e faz com que coágulos que deveriam ser filtrados pelo pulmão permaneçam na circulação, aumentando o risco de AVC, inclusive, em jovens”, explica.

AVC - Foto: Getty ImagesSintomas do AVC
Quem sofrer um AVC do tipo isquêmico (com incidência três vezes maior que o tipo hemorrágico) tem até quatro horas e meia para ser socorrido e reduzir o risco de sequelas ou risco de morte, como explica o neurologista Maurício Hoshino. “É possível perceber os sintomas através da sigla SAMU, que significa dar um Sorriso, para verificar desvios na boca; tentar dar um Abraço, para ver se há dificuldade de levantar os braços e tentar cantar uma Música, para ver se há dificuldade de fala e processamento do cérebro”, conta.

Infelizmente, Hoshino conta que menos de 5% dos pacientes que frequentam o Hospital Santa Catarina e Hospital das Clínicas, onde ele trabalha, chegam antes do período de quatro horas.

Fonte: http://minhavida.uol.com.br/

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